sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Prova Escrita: uma análise descritiva sobre o tradicional instrumento avaliativo

Artigo produzido para encerramento do Curso de Especialização em Docência do Ensino Superior

RESUMO

Este artigo abordou a prova escrita em sua estrutura e seu conteúdo, com o objetivo de indicar caminhos técnicos e pedagógicos para a melhor utilização deste poderoso e tradicional instrumento avaliativo. Para isto, foi feita uma breve retrospectiva no entendimento de alguns autores sobre o ato de avaliar, o que demonstrou o paradigma entre suas funções de avaliar capacidades para melhorá-las e mensurar resultados. Os instrumentos avaliativos mais presentes em sala de aula foram analisados, focando-se em seguida a prova escrita. Sobre esta, analisou-se a elaboração e os principais erros cometidos pelos docentes, sugeriu-se técnicas para elaboração e correção, assim como, ressaltou-se os aspectos avaliativos mais importantes. Como suportes teóricos para estas considerações, foram consultados vários autores, entre eles: Léa Depresbiteris (1998), abordando a história evolutiva dos mecanismos de avaliação; Regina Haydt (1995) e Mendez (2002), falando sobre a avaliação ocorrendo dentro do processo de ensino-aprendizagem; Pedro Moretto (2007), discutindo sobre a prova em si e os aspectos que contribuem ou atrapalham sua eficiência; Celso Vasconcellos (1998), Denise Zanon e Maria Althaus (2008) atendo-se à necessária discussão sobre os instrumentos de avaliação e Salete Boakari (2007) e Norman Gronlund (1974) explicitando sugestões de como elaborar provas escritas. O artigo foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema a fim de se fazer uma descrição sobre questões de provas escritas. A etapa posterior foi a realização de uma breve análise em algumas questões coletadas de provas de cursos superiores, para se observar nelas o que foi explicitado pelos autores estudados. Observou-se, então, que a maior parte das questões analisadas possui um ou mais problemas em sua elaboração. Mas, pode-se perceber, também, que alguns professores, principalmente ligados diretamente à área da educação como os de Normal Superior e Psicologia da Educação, já compreenderam a importância de se refletir sobre conteúdos e estruturas da prova escrita.

Palavras-chave: Prova. Avaliação. Educação.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em todas as discussões existentes sobre avaliação, percebe-se que o melhor caminho a seguir consiste em transformá-lo em mais um momento de construção de conhecimento dentro do processo ensino-aprendizagem. No entanto, esse movimento transformador não é tão simples quanto parece, pois poucos são os professores que conseguem, usando os instrumentos avaliativos existentes, atingir os objetivos reais da avaliação da aprendizagem.

O presente artigo, então, teve como objetivo elucidar o universo da prova escrita, visando colaborar com o trabalho avaliador do docente. Tendo por base o raciocínio de que não é extinguindo a prova escrita (subjetiva ou objetiva) que o processo de avaliação do conhecimento discente será melhorado, mas sim, ressignificando este instrumento e elaborando-o dentro de uma nova perspectiva pedagógica. Assim, procurou-se demonstrar alguns caminhos técnicos na elaboração de provas escritas, instrumentos estes capazes de tornar o processo avaliativo mais eficaz e eficiente. Pois, o professor competente para enfrentar a situação complexa de avaliar seus alunos é aquele que dispõe de recursos capazes de elaborar provas eficientes, válidas e fidedignas.

O caminho, portanto, apontado no artigo passa, necessariamente, pelos elementos chaves que devem compor uma prova, os quais foram explicitados como clareza, precisão, parametrização, conteúdos significativos, contextualização, questões operatórias e ainda outros aspectos mais técnicos brevemente abordados no texto. Uma vez que, certamente, o primeiro passo a ser dado para a transformação do processo avaliativo está na reflexão dos objetivos que o professor faz no momento de elaboração da prova e não na simples anulação de alguns instrumentos ditos tradicionais. Um novo conceito, pois, pode ser atribuído à prova escrita a partir do momento em que os professores a transformem em mais uma oportunidade para o aluno ler, refletir, relacionar, operar mentalmente e demonstrar, de forma segura, que adquiriu competência para o exercício de sua profissão.


REFERÊNCIAS

BOAKARI, Salete. Apontamentos de aula. Disciplina Avaliação: Especialização em Docência do Ensino Superior: Faculdade Santo Agostinho, 2007.

DEPRESBITERIS, Léa. Confissões de uma educadora: o longo caminho de um aprendizado da avaliação. IN: Estudos em avaliação educacional. São Paulo, p. 33-67, 1998.

GRONLUND, Norman E. A elaboração de teste de aprendizagem escolar. Editora Pedagógica, São Paulo, 1974.

HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo: Editora Ática, 1995.

MENDEZ, Juan Manuel Alvarez. Avaliar para conhecer, examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002.

MORETTO, Vasco Pedro. Prova: um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas. 7ª ed. Editora Lamparina, São Paulo, 2007.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Observações sobre os instrumentos de avaliação. IN: Avaliação da aprendizagem: práticas de mudanças por uma práxis transformadora. Editora Libertad, São Paulo, p. 63-71, 1998.

ZANON, Denise Puglia. ALTHAUS, Maiza Margraf. Instrumentos de avaliação na prática pedagógica universitária. 2008. Disponível em http://74.125.39.104/search?q=cache:7oJ5dLPShUsJ:www.uepg.br/prograd/semanapedagogica/Althaus%2520Zanon%2520Instrumentos%2520Avalia%C3%A7%C3%A3o.pdf+Zanon+e+Althaus+instrumentos+avaliativos&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=2&gl=br Acesso, em junho de 2008.